Na quarta e última postagem desta pequena série, queremos abordar uma dúvida crucial que ronda a cabeça e o coração dos pais que acreditam ter filhos que sofrem com a atração pelo mesmo sexo (AMS), querem ajudar e não sabem como fazê-lo. As postagens anteriores sobre o mesmo assunto podem ser encontradas aqui, aqui e aqui .
Como posso fazer para apoiá-lo?
Ame o seu filho. Amá-lo significa que você
deve fazer o bem a ele, materialmente e espiritualmente. Do primeiro modo, você
já o ama desde que ele nasceu. Você o alimentou, vestiu-o, livrou-o dos perigos
e socorreu-o nas enfermidades. Prossiga o bom trabalho. Porém, nós queremos que
você preste atenção ao segundo modo de amá-lo. Fazer o bem ao seu filho
espiritualmente significa várias coisas. Primeiro, abençoe-o e reze por ele.
Na Antiga Aliança, os homens disputavam
entre si a benção do pai, que só podia ser dada uma vez e para o primogênito.
Na Nova Aliança, o pai e a mãe podem abençoar todos os seus filhos quantas vezes
quiserem. Mas, contra toda expectativa, hoje em dia os pais parecem se ocupar
mais em maldizer seus filhos do que abençoá-los. Pai! Mãe! Vocês têm em mãos a
autoridade de derramar inúmeras graças sobre seus filhos. Exerça essa
autoridade e os abençoe todos os dias, mesmo que não peçam. Também reze. Uma
prece do pai e da mãe em favor dos seus filhos alcança de Deus graças que nem
por uma vida inteira de orações, jejuns e sacrifícios, os filhos conseguiriam
alcançar para si próprios. Tanto é verdade que Santa Mônica rezava e chorava
pela conversão do seu filho, Agostinho, que levava uma vida de bebedeira e de
fornicação. Certa vez, buscando orientação da Igreja, um bispo lhe disse:
"Deus jamais deixará se perder um filho de tantas lágrimas". Ora, não
só aconteceu de Agostinho se converter, mas ainda se tornou doutor da Igreja e
santo. Assim, não duvide da importância da benção e da oração para o bem dos
seus filhos.
Segundo, confirme seu filho na fé. Se ele
já crê, fale de Deus para que ele creia mais. Mas, se ele não crê, testemunhe
sua fé por atos de amor e o quanto for possível fale sobre Deus, para que ele
creia, por causa dos seus atos e das suas palavras.
Terceiro, incentive seu filho a participar
da Santa Missa e dos sacramentos. Se ele é católico, lembre-o de confessar-se
sempre que necessário e de comungar o mais frequentemente que puder.
Quarto, incentive-o a participar da vida
em comunidade, na Igreja. Ele precisa cultivar castas amizades para viver com
sucesso a virtude da castidade. Você ainda pode promover em sua casa o hábito
de oração em família, pela oração do Santo Terço, por exemplo. Do cuidado
espiritual com seu filho, deve ficar isto: que você zele pela salvação da alma
dele.
Além do cuidado do corpo e da alma, há o
cuidado do afeto. Pelo afeto, dizemos que seu filho precisa de atenção, da sua
aceitação, dos seus gestos de carinho, da sua confidência e da sua maturidade.
Em geral, nós que sentimos atração pelo mesmo sexo sofremos em silêncio,
escondendo de todos a luta que travamos. Fazemos isso porque, muitas vezes,
duvidamos que alguém possa nos amar ou se importar conosco. Também porque
julgamos que, sabendo da atração pelo mesmo sexo, ninguém nos aceitaria, que
ninguém se aproximaria de nós para dar mostra de carinho, que não encontraremos
ninguém de confiança (com quem possamos nos abrir). Por fim, especialmente
quando somos jovens, sofremos com as rápidas mudanças da nossa vida, com as maiores
responsabilidades que assumimos, com a maior cobrança externa de definir quem
somos e o que faremos, com os infortúnios e com os obstáculos, etc... pois, por
mais que alguns de nós transpareçam prontidão em lidar com tudo isso, em geral
nós não nos sentimos prontos.
Sendo assim, você pode ajudar seu filho
dando atenção a ele. Fale com ele, mas, especialmente, escute-o. Ele passou
anos guardando para si acontecimentos que o marcaram. Valorize, pois, cada nova
palavra que ele disser de si mesmo. Você pode ajudá-lo mostrando que você o
aceita e que não o repelirá; dando a ele carinho, pelo abraço, pelo beijo, pelo
cafuné ... enfim, gestos concretos que mostrem a ele a realidade de um amor que
não é sexual. Isso vale especialmente entre pai e filho e entre mãe e filha.
Ajude seu filho mostrando-se como alguém com quem ele pode se abrir, sem medo
de sofrer julgamento pelo que disser ou de ter as suas dores espalhadas pela
vizinhança. Por fim, ajude-o pondo ao serviço dele a sua experiência de vida e
a sua maturidade em lidar com os desafios da vida.
Por essas ações, você pode ajudar o seu
filho. Logo, não tema falar com ele e, se for o caso, descobrir que ele sente
atração pelo mesmo sexo. Você tem algo ao seu alcance para fazer por ele.
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