[Todos acompanhamos a valorosa marcha de
800 mil franceses contra o casamento gay. Diante da campanha internacional
para redefinir o matrimônio, estendendo-o a união de pessoas do mesmo sexo, é
preciso conhecer os argumentos contrários e saber explicá-los a todas as
pessoas bem-intencionadas. É uma questão que envolve diretamente a maior fonte
humana de felicidade, e por isso não podemos contentar-nos com chavões
repetidos pela mídia. Apresentamos um artigo de Dale O'Leary, valorosa
ativista pró-vida americana que desvenda o mistério atrás da redefinição do
matrimônio como deseja a militância gay.]
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Dale O'Leary, ativista pró-vida e pesquisadora |
UMA CAMPANHA INTERNACIONAL
Está em curso uma campanha internacional
para redefinir o matrimônio, estendendo-o à união de pessoas do mesmo sexo.
Quem não concorda com essa proposta, é considerado pela mídia e até por aqueles
que o cercam um “insensível” e um “retrógrado”. No entanto, há fortes razões
contrárias ao casamento dos homossexuais, sobretudo tendo o conta o bem deles
mesmos.
Antes de mais nada, é necessário distinguir os
argumentos utilizados pelas pessoas com atração pelo mesmo sexo (AMS ou SSA: same sex atracttion, na sigla em inglês) das razões pelas quais as pessoas em geral apóiam a redefinição do
matrimônio. Não parece provável que se consiga mudar a cabeça dos ativistas gays; mas é possível atingir
os que simpatizam com as suas propostas, fazendo-lhes ver que redefinir o matrimônio:
–
causa um dano real às famílias e às crianças;–
não resolve o problema das pessoas com AMS.
Uma
maneira de fazer isso é examinar os motivos dos que desejam redefinir o
matrimônio. É preciso ter em conta que muitas vezes se trata de pessoas que têm
profundas feridas interiores, sofrimentos acumulados por anos e anos, e que
procuram mudar a sociedade porque é mais fácil do que mudarem-se a si mesmas,
uma vez que têm medo de encarar os próprios problemas.
A VERDADEIRA COMPAIXÃO
Na maioria dos casos, um adolescente ou adulto
chega a experimentar a AMS porque, desde a primeira infância, sentia-se
“diferente” do seu progenitor ou dos seus companheiros de mesmo sexo. Sentiu-se
então inferiorizado e rejeitado, mas ocultou o seu aborrecimento. Essa atitude
levou-o a distanciar-se dos companheiros do mesmo sexo, o que por sua vez levou
estes a rejeitá-lo. Essa pessoa normalmente cresceu sentindo rancor pelos
colegas e companheiros, mas também, e especialmente, pela figura dos pais. No
caso dos ativistas gays,
essa sensação de inferioridade e esse rancor canalizaram-se numa atitude de
reivindicação, que pretende exigir agora de maneira violenta, nos termos deles,
a aceitação que lhes foi negada na infância e adolescência. Não querem perdoar.
Projetam a sua raiva nos outros.
As
pessoas com AMS têm uma propensão significativamente maior do que o resto da
população para desenvolver desordens psíquicas e vício em drogas e sexo. Os
seus amigos e conhecidos percebem claramente os seus problemas, e o fato de
notarem a fragilidade dessas pessoas pode levá-los a simpatizar com a idéia de
“achar uma solução” para eles. Esta é, provavelmente, a razão porque muitos
simpatizam com idéia de “ampliar o conceito” do matrimônio.
Essa
boa vontade, porém, é desastrosa, pois a redefinição do matrimônio não resolve
os conflitos internos das pessoas com AMS, antes as leva a bloquear-se em
atitudes rígidas. Além disso, faz com que a autoridade pública, os médicos e a
sociedade em geral “dêem o problema por resolvido” e neguem a ajuda e o
tratamento necessários a pessoas com AMS que sofrem com a sua condição e a
crianças que correm o risco de desenvolver AMS. A simpatia para com a
fragilidade dessas pessoas deve, pois, dirigir-se para a prevenção e o
tratamento, não para uma aparente “acomodação”.
Se
você encontrasse um homem faminto, sedento e nu acorrentado a uma árvore, que
faria? Você lhe daria comida, bebida e roupas, mas deixando-o acorrentado? Ou
você o libertaria primeiro, para só depois ajudá-lo nas suas outras
necessidades? Essa é a opção que nos é apresentada. Parece-me evidente que a
única solução razoável é a segunda.
FALSIDADES... E AS SUAS CONSEQÜÊNCIAS
Os
meios de comunicação ocultam constantemente a verdade sobre a AMS. A maior
parte das pessoas, incluindo muitas que se opõem à redefinição do matrimônio,
acredita em pelo menos uma das mentiras divulgadas sobre a AMS, e isso pesa
muito na hora de argumentar. É necessário divulgar constantemente a verdade
sobre esse tema:
– Não
existe um “gene gay”. A AMS é uma desordem de caráter psicológico
originada nas experiências da primeira infância. Um dos primeiros e mais comuns
sintomas é o sentir-se “diferente” do progenitor e dos companheiros do mesmo
sexo.
– As crianças com GID (Gender Identity
Disorder, “desordem na identidade sexual”) apresentam alto risco de
apresentar AMS ainda durante a infância e na adolescência.
– As pessoas não
escolhem ter ou não ter AMS.
– A AMS pode ser prevenida e tratada.
–
Crianças que se sentem “diferentes” ou rejeitadas são mais propensas a se converterem
em vítimas de abusos sexuais.– As
pessoas com AMS, especialmente os homens, freqüentemente são viciadas em sexo. Além disso, essas
pessoas apresentam maior tendência ao uso de drogas e ao suicídio.
A defesa do matrimônio deve ser acompanhada de
um esforço sincero para tornar disponíveis os meios de prevenção e tratamento
dos que sofrem de AMS. Esta é a verdadeira resposta ao pedido de redefinição da
idéia de casamento. Aqueles que afirmam que a compaixão consiste em eliminar a
“discriminação” não estão
oferecendo liberdade, mas apenas uma escravidão mais confortável.
É
preciso admitir que houve graves erros por parte da sociedade diante do
problema da GID e da AMS. No começo da década de 60, a comunidade psiquiátrica
revelou muitos fatores que conduzem à AMS e elaboraram programas de tratamento.
Pediram que essa informação chegasse a pais, professores, pediatras e pastores
de almas, a fim de que as crianças com GID pudessem receber a ajuda necessária,
evitando-se assim a AMS. Acontece que não se fez o suficiente; e, em
conseqüência, as crianças que não receberam tratamento nos anos 60 fizeram
parte da primeira onda de atingidos pela epidemia inicial da AIDS, nos anos 80.
NÃO É TÃO FÁCIL ASSIM
Com freqüência, a crítica mais dura a esse
enfoque vem dos que aceitam a afirmação do ativismo gay de que os “homossexuais simplesmente
fizeram uma opção sexual”,
mas não concordam com a redefinição do matrimônio: “Pois bem – perguntam-nos –,
e se simplesmente não pudermos corrigir as pessoas com AMS? Por que temos de
compadecer-nos delas? Não foram elas que escolheram a sua condição?”
Precisamos
compreender, e ajudar os outros a compreender, por que as pessoas com AMS têm
tanta dificuldade para resistirem à tentação de agir segundo as suas
tendências.
Elisabeth Moberly, no seu livro Homosexuality (“Homossexualidade”), explica que todo
o ser humano nasce com a necessidade de ser amado e aceito pelo progenitor do
mesmo sexo. Quando faltam esse amor e essa aceitação, ocorre uma distorção da
afetividade que retém a pessoa em estados de desenvolvimento infantis. A AMS “é essencialmente um estado
de desenvolvimento incompleto”. É essa imaturidade afetiva que se opõe ao
desenvolvimento harmônico da personalidade dos que dela sofrem: “A expressão
sexual não é adequada para as relações anteriores à idade adulta, de modo que o
impulso erótico direcionado a pessoas do mesmo sexo equivale a uma tentativa de
reparar o déficit na identidade sexual”.
A resposta não consiste em suprimir a
necessidade saudável de sentir-se amado pelos companheiros do mesmo sexo – com
amor de amizade, amor entre iguais –, mas em satisfazer essa necessidade sem a
mediação de um relacionamento sexual.
Por
que isso é tão difícil? Porque a criança que não experimenta amor e aceitação
por parte dos pais provavelmente sentirá um certo ódio por eles, mas não o
expressará abertamente. Esse ódio reprimido converter-se-á em um ressentimento
e rancor complexos, misturados à admiração que sente naturalmente pelo genitor
de mesmo sexo.
A
criança fica, assim, incapacitada a admirar as características próprias do seu
sexo e a identificar-se plenamente com ele: sofre de GID. Não poderá
socializar-se normalmente, porque essa falta de identificação a afasta dos colegas
e amigos do mesmo sexo, o que por sua vez abre as portas à autopiedade, às
condutas de auto-satisfação e, finalmente, ao orgulho. E torna-se incapaz de
experimentar atração sexual pelo sexo oposto, com o qual se identifica de
maneira não-sexual.
Ressentimentos,
inveja, autopiedade, autocomplacência e orgulho são hábitos que já normalmente,
se não foram corrigidos nas crianças, só com muita dificuldade se conseguem
vencer nos adultos. E o problema torna-se duas vezes pior em pessoas que têm um
relacionamento negativo com os pais, pois eles deveriam ser para ela o modelo
da disciplina necessária para adquirir as virtudes. Tudo isso fica mais
complicado pelo fato de os homens homossexuais terem tido, na maioria das
vezes, mães excessivamente protetoras que, sem tomarem consciência disso,
alimentavam neles o ressentimento, a autopiedade e o orgulho. E a recuperação
torna-se ainda mais difícil quando a pessoa com AMS sofreu abuso sexual na
infância ou é viciada em sexo.
Os ativistas gays costumam contestar a
classificação da AMS como uma desordem psicológica, afirmando que as
organizações de saúde já não consideram a homossexualidade uma doença. Contudo,
infelizmente, a homossexualidade perdeu o status de patologia devido a pressões
políticas – por parte desses mesmos ativistas gays –, e não a provas cientificas. Pelo
contrário, todos os psiquiatras sérios – e que não sofrem de AMS –
consideram-na uma alteração psíquica.
Uma
das razões que leva alguns leigos a não considerarem a AMS como problema
psíquico é a idéia equivocada que fazem da doença mental. Uma pessoa pode viver
em sociedade, ter um emprego, travar relações sociais e, ainda assim, carecer
da liberdade associada à saúde psíquica em outros aspectos da sua vida. Por
exemplo, uma pessoa que sofre de compulsão aquisitiva não é capaz de renunciar
ao excesso de bens materiais, por mais inúteis que sejam; os produtos
acumulam-se na sua casa a ponto de inutilizar alguns cômodos. Essa pessoa, no
entanto, pode sair-se muito bem no seu trabalho e os amigos que não a forem
visitar podem jamais perceber o distúrbio. Esta síndrome é extremamente difícil
de tratar, e os que sofrem dela insistem em que não precisam de ajuda e lutam
contra as tentativas que os outros fazem para corrigi-los.
Como
dissemos, a AMS é uma desordem no desenvolvimento psicológico, porque, quando
na primeira infância não se desenvolve a autoconfiança e não ocorre a aceitação
por parte dos companheiros do mesmo sexo, a pessoa não madurece nesses
aspectos, embora continue a amadurecer em outros. Na adolescência, a necessidade de
aceitação torna-se tão intensa que acaba por ser interpretada como ansiedade
sexual. As autobiografias de pessoas com AMS revelam a natureza essencialmente
não-sexual dessa atração, que freqüentemente acabou por ser sexualizada através
de um abuso sexual por parte de um adulto.
Em
resumo: livrar-se da conduta homossexual não é fácil. As necessidades legítimas
devem ser satisfeitas sem recurso ao sexo, os traumas devem ser sanados e os
hábitos negativos devem ser vencidos; e tudo isso acompanhado pelo abandono de
qualquer tipo de vício.
Devido
ao seu histórico, é compreensível que as pessoas com AMS pensem que a
redefinição do conceito de matrimônio proporcionar-lhes-á a aceitação que não
tiveram. Compreendendo esse histórico, devemos explicar por que isso não vai
acontecer.
Disponível aqui.
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