OUTRAS INFLUÊNCIAS
“Em algumas mulheres, um
complexo de serem feias, com o matiz de se sentirem menos femininas, menos
atraentes como moças, pode ter tido uma influência como fator desencadeante da
evolução homossexual.
Em outros casos, o impulso partiu da comparação com uma irmã,
considerada (pela própria moça ou pelo ambiente) como mais atraente ou melhor
sob outros aspectos.
Em outros casos ainda, a moça
sentia-se inferior relativamente aos seus irmãos – “Sou apenas uma moça”-,
procurando imitá-los na sua masculinidade.
Na adolescência, o tipo de atenção de que foi objeto por parte do outro
sexo pode ter aberto a ferida: “Não me acham atraente como as outras moças”,
“Não me convidam”, e situações semelhantes. Uma moça que se sente menos apreciada pelos rapazes pode chegar a
admirar a feminilidade de outras moças em que os outros reparam mais. Alguns
fatores de predisposição como os mencionados acima inter atuam e reforçam-se
mutuamente, tanto nas moças como nos rapazes.
Uma parte das moças que posteriormente desenvolveu um complexo lésbico
comportava-se de certo modo menos como moças ou como mulheres do que
corresponderia à sua idade; isto produzia nelas uma impressão de insegurança no
papel feminino, como possíveis reações hiper-compensativas, tais como o assumir
atitudes de desleixo e indiferença, de querer liderar e dominar à viva força,
procurando superar os rapazes em masculinidade, ousando tudo, comportando-se de
modo agressivo, sendo rudes e duras. Podem ter mesmo alimentado um manifesto
desagrado pelos comportamentos, os vestidos e as atividades domésticas
femininas.
Esta afirmação masculina de hiper-compensação aparece marcada pela
perda da doçura natural. Aliás, esta segurança é uma exibição: percebe-se bem
toda a tensão emocional que corre por baixo.
Não se quer dizer que as mulheres com esse complexo tendam sempre a
comportar-se de modo “masculino”; nem que as mulheres que assumem aquelas
atitudes tenham por força inclinações lésbicas; mas existe uma correlação. De
qualquer modo, um comportamento excessivamente masculino nas mulheres é quase
sempre um sintoma de complexo de inferioridade.
O principal fator no
desenvolvimento de uma orientação lésbica é a comparação que a moça faz com as
outras da mesma idade e com certas mulheres “ideais” mais maduras. Tal como no caso dos rapazes, o fator
crucial é subjetivo, isto é, a imagem que a moça tem de si mesma. Por esta
razão, às vezes, embora não seja o mais freqüente, uma moça cujo comportamento,
objetivamente, seja perfeitamente feminino pode evoluir no sentido de um
complexo lésbico.
Na adolescência uma moça quer ter amigas e ser uma delas. A sua
solidão e o seu sentido de marginalização fazem suspirar por amigas admiradas
ou algumas figuras de mulheres ideais. Se uma moça se sente privada do afeto e
da compreensão da mãe, pode voltar-se para um tipo de mulher ideal que possui
aos seus olhos as características maternais desejáveis: por exemplo, uma
professora afetuosa ou condescendente, ou uma moça mais velha que se apresenta
com atitudes maternais. A moça que se auto-comparece quer ter a atenção
exclusiva do seu ídolo e agarra-se a essa esperança: “Quem me dera que ela me
quisesse devotar o seu amor!”.
“A queixa de muitas mulheres lésbicas era que bem poucas tinham podido
encontrar verdadeiras amizades na sua adolescência”, escrevem os psicólogos
americanos Gundlach e Riess nas conclusões de uma investigação sobre mais de
200 mulheres socialmente bem adaptadas que sofriam deste complexo. A “criança
queixosa” interior continua a alimentar-se dos mesmos sentimentos que tinha na
juventude: inferioridade, solidão, auto-compaixão e uma ânsia insaciável.”
[In: VAN DEN AARDWEG, Gerard. Homossexualidade e esperança.
Lisboa: Diel,2003, grifos nossos]
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