COMENTÁRIO
AO EVANGELHO DO
XXI
DOMINGO DO TEMPO COMUM:

QUEM SOU DE VERDADE?
São Mateus, 16, 13-20
Naquele tempo, Jesus foi à região de
Cesareia de Filipe e aí perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens
ser o Filho do Homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João
Batista; outros, que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos
profetas”. Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão
Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo,
Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser
humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te
digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder
do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus:
tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares
na terra será desligado nos céus”.
Jesus, então, ordenou aos discípulos que não
dissessem a ninguém que ele era o Messias.
***
O Evangelho do domingo trata de uma questão essencial para
as pessoas que sentem atração pelo mesmo sexo (AMS): sua própria identidade.
Jesus sabe que esse é um ponto chave: o que dizem que eu sou? E vocês, o que
pensam?
Jesus é Deus, a divina Sabedoria. Além de ter plena consciência
de quem Ele era, também já sabia a resposta a sua pergunta. Mas o Senhor,
sabedor de nossas limitações e querendo nos ensinar, esperou que os discípulos
o informassem do que falava o povo. E todos lhe deram uma identidade diferente
daquela que lhe era própria, e que Ele havia demonstrado através de tantos
milagres, de inúmeras pregações e atos de caridade. Não, ninguém viu a fundo
quem Ele era. Alguns mesmos, levados pela inveja e má-fé, o consideraram como
possuído pelo inimigo de Deus e da raça humana.
Quantos de nós, homens e mulheres que sentem atração pelo
mesmo sexo, não sentimos a necessidade de uma afirmação exterior para podermos
conhecer e definir nossa própria identidade, encontrar um sentido em nossa
própria existência, uma finalidade para nossa vida. Quem sou eu de verdade? “Você?
Você é gay! Maricas! Acha que engana quem?” “Ah, aquela menina é lésbica com
certeza, quem duvida? Ela é até legal, mas ...” O termo pessoa é
esquecido. O que se utiliza são rótulos cunhados num mundo em que falta
essencialmente a caridade, mesmo nos meios cristãos que frequentamos.
Mas gay, lésbica, homossexual, não são identificações
saudáveis? Não são designações para o que eu realmente sou? Não são minha
verdadeira identidade como pessoa? A resposta é não. Tais rótulos fogem daquilo
que é essencial em nossas pessoas. E que essencialidade é essa? Busquemos na
doutrina da Igreja o esclarecimento.
“Deus é amor e vive em Si mesmo um mistério de
comunhão pessoal de amor. Ao criar a humanidade do homem e da mulher à sua
imagem [...] Deus inscreveu nela a vocação para o amor e para a comunhão e,
portanto, a capacidade e a responsabilidade correspondentes. ‘Deus criou o
homem à sua imagem; [...] homem e mulher os criou’ (Gn 1, 27); ‘Crescei
e multiplicai-vos’ (Gn 1, 28); ‘Quando Deus criou o ser humano, fê-lo à
semelhança de Deus. Criou-os homem e mulher e abençoou-os; e chamou-lhes «Adão»
no dia em que os criou’ (Gn 5, 1-2). (Catecismo da Igreja católica,
§ 2331).
Deus nos criou à sua imagem. Somos imagens do
Criador, da Trindade Eterna, vocacionados para amar e para viver em comunidade.
Fomos feitos ou homem ou mulher. Mas... não é possível assumir
uma identidade diferente?
“Compete a cada um, homem e mulher,
reconhecer e aceitar a sua identidade sexual. A diferença e a
complementaridade físicas, morais e espirituais orientam-se para os bens do
matrimônio e para o progresso da vida familiar. A harmonia do casal e da
sociedade depende, em parte, da maneira como são vividos, entre os sexos, a
complementaridade, a necessidade mútua e o apoio recíproco.”
(Catecismo da Igreja católica, § 2333).
Certo. Mas não é a minha “orientação” sexual que diz quem
eu sou então?
“A pessoa humana, criada à imagem e
semelhança de Deus, não pode definir-se cabalmente por uma simples e redutiva
referência à sua orientação sexual. Toda e qualquer pessoa que vive sobre a
face da terra conhece problemas e dificuldades pessoais, mas possui também
oportunidades de crescimento, recursos, talentos e dons próprios. A Igreja
oferece ao atendimento da pessoa humana aquele contexto de que hoje se sente a
exigência extrema, e o faz exatamente quando se recusa a considerar a pessoa
meramente como um « heterossexual » ou um « homossexual », sublinhando que
todos têm uma mesma identidade fundamental: ser criatura e, pela graça, filho
de Deus, herdeiro da vida eterna.” (Carta aos bispos da Igreja
Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais).
É católico? Sente atração pelo mesmo sexo (AMS)? Então ouça
aquela que é a Mãe e Mestra de toda a humanidade. Não dê ouvidos aos apelos da
sereia enganadora das ideologias mundanas. Aceite sua verdadeira identidade,
pois não é o que você sente, ordenado ou não, que define quem você é. Você é
mais do que rótulos inventados. Só Cristo é a Verdade e o Amor que você procura,
ninguém ou nada mais. E o que Ele diz? “As minhas ovelhas ouvem a minha voz,
eu as conheço e elas me seguem." (Jo 10, 27). E a voz da Igreja é a
própria voz de Cristo, que afirma: "Se alguém quiser vir comigo,
renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser
salvar a sua vida, irá perdê-la; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida
por minha causa, irá recobrá-la. Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro,
se vem a prejudicar a sua vida? Ou que dará um homem em troca de sua vida?”
(Mt 16, 24-26).
Fácil? Ninguém disse que seria. Mas a meta é o Céu! Coragem!
Marcos A.
Belíssimo! Fomos criados a imagem e semelhança de Deus! Diz o salmista; Sede bendito por me haverdes feito de modo tão maravilhoso!
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